Não poderia deixar este legado sem falar de Arembepe. Um lugar que para mim ainda é cheio de magia, cheio de cheiros bons, de gente boa, de clima gostoso, sem contar que lá ainda existe a única aldeia hippie do Brasil, o rio capivara e muita história pra contar.
Pertinho de Salvador, já foi um dos locais mais procurados para veraneio, mas hoje, depois de muita visibilidade turística, virou bagunça. O lugar cresceu tanto que as melhorias tiraram o arzinho de interior, de lugar de passeio. As ruas antes de barro batido, cascalho ou paralelepípedo, foram substituídas por asfalto, a pracinha rústica se encheu de inovações (até então, isso é bom), trazendo diversão e opções de lazer para as crianças. Devido à estas mudanças, não dá mais pra sentar ao cair da noite e curtir o clima, Arembepe foi invadida por carros de som, jovens (cada vez mais jovens) alcoolizados ambulantes se intitulando hippies e acarajés com preços de caviar (não sei onde vai parar). O pontapé inicial da desordem foi a criação do pedágio, esse fardo desvalorizou bastante minha terra amada, depois, a invasão descontrolada de weekend retirantes, parece uma terra de ninguém!
Certas vezes para relaxar, me contento apenas em me apoiar no murinho da igrejinha e focar no mar, esperar as ondas dançarem, ver os passarinhos pegando "picula" e observar os pescadores voltando do trabalho. Arembepe já fez muito neném por aí, já deixou rica a vida de muita gente que não tinha nada pra contar, já fez parte de uma boa parcela de baianos e turistas. Lá você escolhe o que quer fazer, pode tomar banho de mar pela manhã e depois tirar o sal no rio (fazíamos isto quando pequenos), fazer um churrasquinho na porta de casa, andar de bicicleta ou simplesmente sentar num barzinho e mandar descer várias geladas, tá ruim?
As praias e rios são espetáculos à parte. Quem gosta de mar calmo e muita gente ao redor, dá pra se divertir na parte central onde ficam os barcos, a barreira quebra-mar e as barracas. Aos que gostam de surf e águas mais agitadas, a praia do Piruí é super indicada, de preferência vista sua roupa de pobre e leve sua marmita, lá não encontrará muitas barracas funcionando, é tipo, seu cantinho. Falando de água, nada melhor que água doce, pegar verme e criar imunidade. Temos duas opções bem bacanas, uma é o rio da aldeia hippie e outro é o do emissário. No segundo, a paisagem já vale o seu dia, é sentar na beira do rio e aproveitar.
Dica negativa: existe um local chamado Aritana bar e restaurante, que já foi um point bem legal desse paraíso, hoje, não perca seu tempo e sua paciência em sentar nesse lugar. As donas são grossas, mal educadas e barraqueiras, tratam os clientes mal, fazem dos prestadores de serviço um mal gigantesco, nós ficamos sem graça com tantos maus tratos. Os petiscos são de uma qualidade ruim, frango com gosto de peixe, comercializam mini de lambreta e caranguejo, a batata frita de clientes conhecidos é lotada e de outros é "miada", as reclamações chegam ao balcão o tempo todo, inclusive, as mesmas assumem receber criticas a todo momento. Há uma demora exorbitante no pagamento das contas, enfim, se eu fosse você e tivesse bom gosto, não iria. Queria uma fiscalização lá!
Não se apeguem à parte negativa do que eu falo, sou um verdadeiro frequentador de lá, amo de coração, adoro comer lambreta, caranguejo, bolinhos e caldos nas barracas de praia, o almoço na barraca da Neuza é digno (se for atendido por Marquinhos, melhor ainda), adoro o pirão de aipim com carne do sol dos cristãos que ficam próximo à igrejinha, viciei no beijú com tudo dentro e amooooooo tudo que vem da baiana símbolo da Bahia, Katita.
Por Digo Costa
Por Digo Costa
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